sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lingeries e Fetiches

Seja qual for a composição física: algodão, poliéster ou seda, as ‘roupas de baixo’, mais conhecidas hoje como lingeries, sempre incitam a curiosidade e a fantasia da maioria, despertando certo interesse no assunto.


Flavianne França para Monde Privé. Foto: Camila Balthazar Fotografia

Freud explica a ligação da lingerie com o erotismo, como um fetiche, a criação de um desejo, que, segundo a enciclopédia Larousse Cultural , é definido como “Objeto natural ou artificial, ao qual são atribuídas propriedades mágicas o qual se venera como sobrenatural.”

O fetichismo - em que objetos e peças relativas à figura feminina, como sapatos e espartilhos, são mais valorizados do que o ato sexual em si, chegando a ser cultuados - foi tratado como uma espécie de patologia sexual e mantido no submundo até a década de 60, quando as pessoas, embaladas pela liberação sexual, começaram a reavaliar os comportamentos sexuais. No entanto, não é possível precisar exatamente quando o fetichismo começou. Há duas teorias a esse respeito, ambas baseadas em evidências. A primeira argumenta que o fetichismo existe desde que o mundo é mundo e que se trata de um fenômeno universal, tomando como base, entre outras coisas, a atrofia dos pés femininos na China. A segunda teoria - a mais aceita - sustenta que o fetichismo, como conhecemos hoje, se desenvolveu apenas na sociedade ocidental moderna, tendo surgido na Europa no século 18 e se tornado um fenômeno sexual distinto somente na segunda metade do século 19, quando ocorreu uma espécie de "revolução sexual", durante a qual atividades e comportamentos sexuais tradicionais começaram a evoluir em direção ao padrão moderno.

O fetichismo pode ser corporal: envolvendo partes do corpo todo ou impessoal: que envolve objetos inanimados variados. O fetichista curte partes do corpo de outra pessoa ou objetos que estejam ligados às pessoas. Tudo isso o excita intensamente. Ele não consegue uma satisfação sexual se não colocar em prática o seu fetiche. Mas muitos casais também apreciam alguns fetiches para apimentar um pouco a vida sexual.

Há vários tipos de fetiches, dos mais comuns aos mais bizarros:

- Spanking: que consiste basicamente em dar palmadas no seu parceiro sexual. Pode ser usando as próprias mãos, chicote, régua, chinelo, jornal entre outros. Normalmente nas nádegas (bumbum). A dor está ligada ao prazer, como em muitos fetiches. Há certo prazer em castigar e ser castigado.

- Trampling: é para quem curte ser pisado, com pés descalços ou imensos saltos de sapato, em partes do seu corpo (costas, ventre, coxas, seios, bumbum, braços etc). Há pessoas que adoram ser excitadas dessa maneira, pois quanto mais dor, mais prazer sentem. Uma leitora do blog nos relatou que teve um caso com um rapaz mais novo que ela, que adorava ser pisoteado e ter o salto fino de ferro introduzido em sua uretra.


- Clamp: consiste em colocar elásticos e molas nos mamilos do parceiro sexual, controlando a intensidade da dor e do prazer.

- Crossdressing: consiste em troca de roupas, adotando até comportamentos do sexo oposto ao seu. Um homem que se veste e age como mulher, e vice-versa.





- Podolatria: Pés fetiche: o prazer sexual está relacionado aos pés do parceiro. É comum ocorrer massagens e até masturbação usando apenas os pés. Cada fetichista (podólatra) tem os seus pontos prediletos nos pés, como a sola, os dedos (algum específico), o tamanho dos pés, o contorno, as unhas (coloridas por esmaltes ou sem nada), pés descalços ou com meias e até calçados etc. Há uma variação de podólotras conhecida como fungifilia, que adora os pés com frieiras e micoses em geral.




- Bondage: geralmente o prazer sexual está associado ao sadomasoquismo, sendo a maior fonte de prazer: amarrar, imobilizando o seu parceiro sexual. Pode haver penetração sexual ou não, isso depende do gosto de cada um. No bondage usa-se: cordas, mordaças, vendas de olhos, algemas (também algemas de dedos), grilhões, camisa de força, correntes, cadeados, eletros-ejaculadores, coleiras etc. Sadismo (sexual): denota a excitação e prazer provocados pelo sofrimento alheio, que pode ser físico ou psicológico. Masoquismo: é uma tendência oposta e complementar ao Sadismo, onde a pessoa sente prazer sexual ao sentir dor ou se imaginar em tal situação. Uma humilhação verbal também pode ser considerada Masoquismo. O que dá mais prazer nesse fetiche (bondage), nem sempre é a dor física, mas sim a humilhação, a sensação de inferioridade e impotência, já que a pessoa está imobilizada. O termo BDSM significa Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo. Os praticantes de BDSM prezam pela segurança do(s) parceiro(s) envolvido. Nada é feito com o intuito de machucar ou matar ninguém, mas sim proporcionar prazer.

- Ponyboy: nesse fetiche, o homem se transforma em um pequeno cavalo. A mulher que o adestra, poderá montá-lo e dominá-lo como se o fizesse a um animal de verdade. O oposto também acontece: Ponygirl.

- Furry Fandom: nesse caso, as pessoas gostam de se vestir de animais antropomórficos (furry), ou de ver outras pessoas vestidas dessa maneira. Sabe o que significa antropomorfismo? Aqui, ó: (http://bit.ly/8XjK1K). Muitas pessoas adeptas a esse fetiche podem atingir o orgasmo apenas se tocando, ou apenas vendo uma pessoa fantasiada. Outras não dispensam o ato sexual. Um amigo de muitos anos recentemente contou que gostava quando sua namorada vestia uma fantasia de cachorrinha e, de quatro,  transava com ela. Ele também se fantasiava de “cachorrão”. Outros preferem uma fantasia de coelhinha, e por aí vai...



Flavianne França para Monde Privé. Foto: Camila Balthazar Fotografia


- Voyeurismo: o prazer sexual consiste em observar as pessoas, que podem estar nuas, apenas de lingerie, transando, se masturbando, dormindo, entre outros. A característica principal é que um voyeur não toca na pessoa, que normalmente nem imagina que está sendo observada. Ele sente prazer em fazer isso “escondido”, muitas vezes, dependendo da distância, eles acabam usando até binóculos, câmeras entre outros, enquanto se masturba durante ou após observar aquele que escolheu para o seu prazer momentâneo. Muitos de nós temos um pouco de voyeurismo. Ou será que você nunca olhou por um buraco de fechadura ou uma janela alheia?

- Maieusofilia: nesse caso, o prazer sexual consiste em transar ou apenas observar uma mulher grávida, ou também com a visualização de partos.

- Frotteurismo: o prazer sexual se dá na fricção dos órgãos genitais em outras pessoas vestidas (vulgo encoxar), isso acontece comumente em ônibus, trens, elevadores etc.

Agora citarei alguns fetiches considerados bizarros.





- Urolagnia: também conhecida por “esporte aquático” ou “chuva dourada" (golden shower). O prazer sexual está ligado à urina. Ver alguém urinar, ou sentir a urina da pessoa em partes do próprio corpo. Alguns até bebem a urina. NUNCA se deve esquecer que beber urina ou o contato da mesma em ferimentos da pele: poderá causar sérios problemas de saúde. As vias de contaminação estão abertas. Todo cuidado é pouco, quando se fala em: mucosas, secreções e fluídos corpóreos.

- Coprofilia: também conhecida por “chuva negra”. O prazer sexual está relacionado às fezes. O fetiche pode envolver a defecação sobre um parceiro que é chamado de “toilet humano”. Normalmente é feito na boca do parceiro sexual. Alguns até ingerem as fezes (coprofagia). Assim como acontece com a urina, também acontece com as fezes, podendo causar sérios problemas de saúde se a pessoa estiver contaminada com alguma bactéria, vírus ou até verminoses.

- Omorashi: esse fetiche foi criado no Japão, que consiste no prazer sexual em saber que o parceiro ou a própria pessoa está com a bexiga cheia. Normalmente quando se goza no ato sexual, então se esvazia a bexiga. Esse fetiche é mais comum do que se imagina. NÃO confunda com Urolagnia. No Japão e mesmo aqui no Brasil, há comunidades que se dedicam a essa prática com entusiasmo.

- Teratofilia: consiste na atração e no prazer sexual por pessoas comdeformidades. Uma versão das variações da teratofilia é acrotomofilia, atração sexual por amputados.

- Fetiche de sangue: o prazer sexual se dá ao ver o parceiro sexual sangrar ou ver o sangue e um corpo nu. Muitas vezes acompanhado pelo ato de lamber ou beber sangue através de sangria. Pode-se provocar o sangramento por mordidas e também uso de lâminas. Essas comunidades adeptas a esse fetiche costumam ser bem mais reservadas. Isso se dá pelo fator sangue ser um assunto bem polêmico, mas acontece.

- Necrofilia: o prazer sexual se dá por atração por cadáveres. Muitos adeptos até violam túmulos e isso é crime. Sim, eles transam com mortos.

- Crush Fetish: nesse caso, o prazer sexual está em ver ou esmagar pequenos insetos ou animais até a morte. Objetos inanimados, tais como cigarros, frutas ou brinquedos, também servem como estímulo ao fetiche.

- Emetofilia: conhecido também por “banho romano”, que consiste no prazer sexual ligado ao vômito. Ver alguém vomitando ou vomitar. Alguns até ingerem o vômito (emetofagia).

- Zoofilia: o prazer sexual se dá ao sexo com animais não-humanos (cães, gatos, cabras, mulas, entre outros animais)

- Burusera: este é um termo japonês para o fetiche por calcinhas usadas. Esse é um fetiche muito comum no Japão. Há lojas burusera no Japão que vendem calcinhas usadas, e há até mesmo máquinas de venda automática nas ruas, onde os homens podem comprá-las. Os homens compram para cheirá-las.
Seu valor é proporcional ao tempo de uso, pode variar de cinco à dez mil yens (seria o equivalente de 100 à 200 reais), quanto mais velhas e, consequentemente, com o cheiro mais forte, mais valem, são vendidas embaladas em sacos plásticos para não perderem seu odor facilmente. Também é comum embalarem junto as fotos das antigas donas.


Luciana Munira para Monde Privé. Foto: Camila Balthazar Fotografia


Os fetiches e as lingeries estão diretamente ligados. Com frequência, as mulheres e, ainda em maior número, os homens, pensam em lingeries quando querem realizar um fetiche. Uma mulher de lingerie cria uma atmosfera de descoberta por trás da última peça de roupa a ser tirada. Por isso, calcinhas, tangas, soutiens, camisolas e baby dolls, desde os mais simples até os mais elaborado, são sempre uma boa pedida.

O mais interessante sobre fetiches e fantasias, é que, ao olhar para uma pessoa no trabalho, na rua, na faculdade, não fazemos idéia do que se passa em sua mente. Faça um teste: observe alguém conhecido e tente imaginar como essa pessoa seria, entre quatro paredes. 

Nós, mulheres, somos complexas, e vivemos várias vidas em uma só. Então, querida leitora, aproveite a bênção de ser mulher e esbalde-se! Viva tudo o que quiser viver, porque tudo passa num piscar de olhos ;)

E então, qual é o seu fetiche?

Um comentário:

  1. Este carnaval um grupo de desinibidas alugou uma casa do lado da minha e insistiam em tomar banho nuas na ducha do lado de fora. Eu consegui conter meu voyeurismo? Nem um pouco.

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